ORQUIDEAS- CONHECENDO A CARACTERISTICA DAS ESPÉCIES.




Miltonia kayasimae
As orquídeas pertencem a uma grande família de plantas, subdividida em mais de 1.800 gêneros e cada gênero possui de uma a centenas de espécies. 
      O número total de espécies catalogadas até o momento oscila em torno de 35.000, espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Praticamente existem orquídeas em todos os continentes exceto na Antárctida, predominando nas áreas tropicais.
 



Abelhas polinizadoras 
na flor do Catasetum
     A grande maioria das espécies é de plantas epífitas, isto é, que crescem sobre as árvores, usando somente como apoio para buscar luz, não são plantas parasitas nutrindo-se apenas de poeira e material que cai das árvores e acumula-se ao emaranhar-se em suas raízes. Vegetam em comunhão com fungos que decompõe esse material. Também mantém contato muito próximo com abelhas, pássaros e até morcegos, considerados polinizadores, pois através da visita desses é que ocorre a fecundação das flores que é a forma de reprodução delas. Em troca doam seu néctar precioso para os seus polinizadores e dessa forma se inserem no meio em que vivem sendo de papel importantíssimo dentro das florestas. quando se retira um planta de seu habitat o impacto alcança mais seres vivos que antes estavam em equilíbrio.  


Isabelia virginalis
     O gênero isabelia, por exemplo, possui apenas 2 espécies. O gênero Cattleya possui cerca de 70 espécies. E o gênero Bulbophyllum, dendrobium, epidendrum e oncidium possuem mais de mil espécies cada.
    As orquídeas mais populares são dos gêneros: Cattleya,  Laelia (lê-se Lélia),  Oncidium (uma das espécies é conhecida popularmente como Chuva de ouro),  Miltonia,  Dendrobium, Vanda, Phalaenopsis (lê-se Falenópsis),  Paphiopedilum, conhecido popularmente como sapatinho (lê-se Pafiopédilum), Encyclia, Epidendrum, Miltonia, Catasetum, entre outras.


Cattleya walkeriana
  No Brasil existem atualmente mais de 3000 espécies de orquídeas catalogadas. Além dessa quantidade de plantas existem aquelas fruto de cruzamento entre espécies que em geral é feita pelas mãos do homem, mas também existem cruzamentos considerados naturais que ocorrem entre espécies que florescem na mesma época e vegetam no mesmo habitat. O total de híbridos, orquídeas resultantes de cruzamento entre espécies, pode passar facilmente dos 200.000 isso porque muitos desses cruzamentos não são catalogados, pois como o registro é no Royal horticultural  Society na inglaterra, tem um custo elevado e as vezes fica inviável
Cattleya Alexis Sauer x Laelia briegeri- uma mistura de duas
espécies no DNA desse hibrido-No cruzamento de espécies
 o resultado pode variar bastante num lote inteiro.
Desde a forma da flor, suas cores, tamanho e quantidade na
mesma haste pode variar As melhores são selecionadas
para clonar e obter plantas identicas aquela selecionada.
Epidendrum oxapampense

 Quem pretende cultivar orquídeas deve ter em mente que é imprescindível saber o nome da planta, isso porque sabendo o nome da planta fica mais fácil conhecer sobre as necessidades de cultivo e também saber se ela pertence ao grupo das espécies ou se pertence ao grupo dos híbridos. A orquídea considerada espécie é aquela que é encontrada na natureza em habitats específicos, que apresenta determinadas características morfológicas e genéticas que permitem sua classificação como ‘pura’ do ponto de vista botânico, ou seja, isenta da participação de outras espécies na sua composição genética. A orquídea é considerada híbrida quando é feito o cruzamento através de meios sexuados (fecundação e produção de sementes) entre espécies, ou mesmo híbridos, obtendo uma nova planta com as características das espécies envolvidas. A diferença principal entre uma planta espécie e uma planta híbrida é que a híbrida absorvendo as qualidades de seus “pais” possui muito mais versatilidade para sobreviver aos mais diferentes métodos de cultivo e nos mais variados climas, são mais vigorosos e são mais floríferos. Suas flores são muito mais duráveis chegando até a 3 meses floridas.


Para quem inicia o cultivo de orquídeas a planta híbrida é mais adaptável para cultivar, pois vai se adaptar melhor aos diferentes climas, visto que tem no seu DNA diferentes qualidades e dessa forma conseguem se adaptar aos mais diferentes locais e tipos de cultivos.
Guariathe aurantiaca no habitat


Guarianthe aurantiaca
 Outro tema relevante a se explicar é que orquídeas que vivem na natureza devem ficar na natureza. Retirar plantas de seu habitat além de ser crime ambiental   na maioria das vezes acontece a morte do exemplar, pois além de estar inserido no ambiente, necessitará de cuidados especiais exigidos pela espécie e também de clima especifico igual ao habitat. Atualmente por causa do desmatamento e da retirada desordenada de plantas das matas muitas espécies estão praticamente extintas em seu habitat de origem. A questão da extinção das plantas é bem diferente dos animais, pois de um único fruto de orquídea é possível germinar centenas de milhares de novas plantas. Em orquidários profissionais existe a preservação de muitas espécies onde elas são melhoradas geneticamente através de cruzamentos entre espécies.    Os nomes das orquídeas são dados em latim ou grego clássicos, línguas mortas, para que sejam os mesmos no mundo inteiro e nenhuma língua viva prevaleça sobre a outra. Assim, costumam oferecer algumas dificuldades na escrita e na pronúncia. Veja os exemplos:
 - O conjunto de vogais ae lê-se e.  Ex.: Laelia (Lélia); Exceção: Aerides (Aérides).
 - O conjunto de vogais oe também tem o som de e. Ex.: Coelogyne (Celógine).
 - Ph tem o som de F. Ex.: Phalaenopsis (Falenópsis).
 - X tem som de KS. Ex.: Xanthina (Ksantina).
 - CH tem som de K. Ex.: Chiloschista (kiloskista), Pulchelum (pulkelum), Chondrorhyncha (kondrorrinka), Chocoensis (Kocoensis), Ornithorhynchum (Ornitorrincum).
 - TI seguido de vogal soa como CI, exceto quando precedido de S, T ou X. Ex.: Constantia (Constancia), Neofinetia (Neofinecia), Bletia (Blecia), mas Comparettia (Comparetia), Pabstia (Pabstia).
  *Nota: Acrescento aqui que na fonética do LATIM a consoante M  no final dos nomes soa surda, débil, quase inexistente. Ex.: Catasetum (catasetu), Pulchelum (pulkelu) – evite-se acentuar a pronúncia do M final. Segundo convenção científica, nomes de gêneros e espécies devem ser escritos em itálico ou grifados.

SOPHRONITIS COCCINEA


De acordo com o local em que vegetam dentro do seu habitat, as orquídeas são classificadas como EPÍFITAS, TERRESTRES, RUPÍCOLAS, HUMICOLAS OU SAPROFITAS.



Cattleya aclandiae- Epifita, endemica do 
estado da Bahia de flor muito exotica.
 EPÍFITAS: São por definição científica do nome, plantas que vivem sobre outras plantas. O epifitismo é algo comum nas florestas tropicais, onde a competição por luz e espaço não permite que plantas herbáceas se desenvolvam adequadamente sobre o solo, por isso se fixam nos tecidos superficiais dos troncos e galhos para receber luz solar e umidade com mais facilidade. São muitas vezes acompanhadas por um fungo microscópico conhecido como micorriza, que se encarrega de transformar a matéria orgânica morta que cai em cima de suas raízes em sais minerais, facilitando a absorção pela planta. As epífitas jamais buscam alimento nos organismos hospedeiros. Suas raízes são superficiais e não absorvem a seiva da árvore hospedeira, não havendo qualquer relação de parasitismo. Dessa forma a presença de plantas epífitas não prejudica a árvore ou arbusto onde se fixam, estando assim, inseridas no meio ambiente em que vegetam. Além de muitas espécies de orquídeas, outros tipos de plantas também são epífitas, como alguns tipos de bromélias e samambaias.
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Paphiopedilum sp- terrestre





TERRESTRES: São as que vivem no solo como plantas comuns. Geralmente, estas orquídeas possuem dois tubérculos subterrâneos. Crescem no solo, vivendo nas matas, cuja terra é rica em material em decomposição. Possuem raízes pilosas e grossas. Em relação às orquídeas epífitas, as terrestres estão em pouca quantidade e a sua grande maioria está em outros países. No Brasil é minoria em relação às epífitas. Orquídeas terrestres conseguem se adaptar ao cultivo em substrato para plantas epífitas, mas o contrario disso não acontece, pois as raízes das orquídeas epífitas precisam “respirar”.



Laelia guilanyi - espécie rupicola cultivada
 em pedrisco e adubação organomineral.
RUPÍCOLAS OU LITOFÍTAS: Estas orquídeas vegetam sobre pedras em pleno sol fixando-se entre as fendas das rochas protegendo a ponta das raízes por baixo do limo onde também se acumula matéria orgânica rica em nutrientes. É curioso ver que vegetam bem, e notar que o calor e insolação não provocam maiores danos às raízes. Tudo indica que estas plantas, em geral, apresentam metabolismo que lhes permite evitar a perda de água durante o dia, através da não abertura dos estômatos durante este período, apenas abrindo essas glândulas foliares durante a noite para a realização das trocas gasosas, e que depois durante o dia serão utilizados nos processos de fotossíntese. Por esse motivo tem crescimento muito lento. Geralmente as orquídeas rupícolas formam touceiras compactas que cobrem pequenas áreas sobre as rochas. As orquídeas rupícolas possuem bulbos pequenos e grossos com folhas grossas e curtas.


Rhizanthella gardneri- Rara espécie considerada saprofita
SAPROFITAS: Muito raras, são desprovidas de clorofila e nutrem-se de restos vegetais ou animais em decomposição. Apenas uma orquídea pode ser genuinamente considerada saprófita, trata-se da curiosa Rhizanthella gardneri (muitos orquidófilos a consideram  parasita e não saprófita), coleta pela primeira vez em 1928 na Austrália, e que às vezes floresce dentro do solo. 
O termo saprófita vem ao longo dos anos trazendo muita discórdia entre os orquidófilos, pois muitos costumam classificar suas plantas como saprófitas, mesmo quando estas possuem
clorofila e, portanto realiza fotossíntese, o que se caracteriza um erro em termos de terminologia biológica. Outros mais coerentes usam a terminologia humícola, que biologicamente, não traz nenhum erro de conceito, como o termo saprófita, mas que mesmo assim não serve para designar algumas espécies de orquídeas, que não se encaixam muito bem nesta classificação.

Oeceoclades maculata

Flor da Oeceoclades maculata


 HUMÍCOLAS: Como já dito acima, existem controvérsias quanto a esta classificação, mas ao que parece, é a mais coerente. Portanto, orquídeas humícolas, são aquelas que se nutrem a partir de matéria orgânica em decomposição, mas que ao contrário das saprófitas, possuem clorofila e realizam fotossíntese. A primeira vista, então poderiam ser confundidas com orquídeas terrestres, mas a principal diferença está na forma radicular. As orquídeas humícolas sempre apresentam raízes extremamente grossas e que se orientam, em geral, paralelamente ao solo, sempre encobertas pela camada de serrapileira das matas, não se aprofundando mais do que alguns poucos centímetros do solo, ao contrário das terrestres.








 Entre as orquideas há dois tipos básicos de crescimento-                                         Simpodial e Monopodial 





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As orquídeas de crescimento simpodial apresentam um tipo de caule muito peculiar, que se desenvolve paralelamente ao substrato, na horizontal. É o chamado rizoma, de onde surgem os pseudobulbos. São orquídeas que crescem para frente e dão a impressão que estão “andando”. Por isso as orquídeas simpodiais precisam ser plantadas com a parte traseira na borda do vaso, posicionando sua brotação, que é a frente da planta, para a outra parte do vaso, para que tenha espaço para crescer dentro do vaso. Quando atingir a outra borda do vaso a orquídea poderá ser replantada e também dividida, caso contrário suas raízes começam a sair do vaso e sua brotação também.


Já o sistema de crescimento monopodial é típico de algumas espécies como Vanda e Phalaenopsis, onde o caule cresce continuamente para cima e as hastes florais surgem das axilas das folhas, que em geral são bem carnosas. Por serem formas de desenvolvimento diferente, cada sistema necessita de um tipo de plantio e tambem necessidades diferentes em relação a umidade , ventilação, luz e adubação.
Abaixo especies de crescimento monopodial, Phalaenopsis e Vanda.














Neste texto eu tentei explicar basicamente diferenças encontradas nas mais variadas espécies de orquideas encontradas mundo afora. É um "mundo" de flores e para cultiva-las devemos estar abertos ao novo e se dedicar a estudar e conhecer o maximo sobre a planta. Dessa forma só teremos alegrias no cultivo de orquideas! Espero que tenham gostado! um forte abraço!

   

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