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Cattleya intermedia em habitat de restinga no litoral do
Rio de Janeiro a sol pleno |
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Cattleya intermedia orlata marginata coerulea |
A Cattleya intermédia é uma espécie brasileira e foi classificada em 1828, pelo capitão Graham, do royal packet service, depois que plantas coletadas aqui no Brasil chegaram a Inglaterra. Recebeu esse nome pois o tamanho de suas flores tem um tamanho intermediário entre as espécies de Cattleya. É uma espécie brasileira por excelência, pois sua ocorrência vai desde o litoral da região sul até a pequena faixa de mata atlântica em São Paulo e no Rio de Janeiro.
É encontrada vegetando em locais umidos, por toda as regiões litorâneas do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, menos no estado do paraná.
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Cattleya intermédia amethystina
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No estado do Rio Grande do Sul esta espécie cresce
principalmente fixada em árvores corticeira, em banhados (pântanos cobertos de vegetação rasteira) e ao
longo da Lagoa dos Patos, até a reserva ecológica do Banhado do Taim, distante um
pouco mais de cem quilômetros da fronteira com o Uruguai. Ocorre também na
Região dos Lagos no Rio de Janeiro, em
figueiras, no chão arenoso, à beira de praias e lagoas, em sol pleno mas com muita
umidade em baixo, também na fenda de rochas graníticas cheias de matéria
orgânica e em butiazeiros.
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Cattleya intermedia na vegetação de restinga, sobre a areia |
Na parte vegetal a espécie caracteriza-se por pseudobulbos cilindricos, ou levemente achatado, de 0,5 a 2,0 cm de espessura. Pertence ao grupo das Cattleyas bifoliadas e tem o seu enraizamento antes da floração o que faz dela uma planta que emite muitas flores , pois seu novo pseudobulbo se torna independente da parte traseira podendo suportar mais flores.
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Cattleya intermedia coerulea flamea |
O replantio é feito sempre quando ela começa a nova brotação pois logo em seguida já enraiza no novo vaso. A espécie Cattleya intermedia se parece muito na parte vegetal com outras plantas do genero, como a cattleya loddigesii e harrisoniana, sendo diferenciada apenas no enraizamento, cores e tonalidades da flor e no perfume característico de cada espécie.
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Cattleya intermedia marginata |
O perfume da Cattleya intermedia apresenta uma fragancia discreta e adocicada, tipica da espécie. Suas flores variam de 6cm a 13cm de tamanho. As cores de suas petalas, sepalas e labelos, vão do branco azulado ao vermelho purpura sem esquecer das nuances de cores.variedade de formas e pelorias tornam a Cattleya intermedia uma planta única apreciada por muitos colecionadores no país. Existem exposições onde se fazem premiações exclusivas para a espécie. Uma oportunidade de ver tantas variedades das flores de uma só espécie juntas.
São muitas variedades e são divididas em três categorias:
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Cattleya intermedia trilabelo
flamea bordeaux-ORQ. Olimpia |
- Quanto à forma:-Pelórica; -aquinii; -flâmea; -bergeriana;
- Quanto ao colorido
das flores:-Tipo;-bordô;-coerulea;-fresina;-lilasina;-roxo-bispo;-semi-alba;-vinicolor;-alba;-concolor;-Rubra;-sangüínea;
- E pela forma do colorido das flores:-albescens;-punctata;-maculata;-orlata;-marginata;-multiforme;-oculata;-pseudo-tipo;-striata;-venosa;
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Cattleya Di pozzi tiziano
C. intermedia x C. pão de açucar |
O porte da Cattleya intermedia sofre algumas alterações
conforme o habitat. As plantas que estão no litoral, junto à vegetação rasteira
das praias, onde há umidade constante e também muito calor e luz intensa, tem pseudobulbos que atingem quase 50 cm de altura
apresentando folhas duplas e muitas vezes triplas, de até 20 cm de comprimento
e haste floral que sai da espata carregando em média de nove a dez flores por
haste.
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Cattleya Di pozzi tiziano
C. intermedia x C. pão de açucar |
Já no interior ou em locais com menos umidade e mais longe
do litoral, os bulbos chegam a 30 cm de altura, menores e carregam de três a
cinco flores apenas.
As flores da Cattleya intermedia possuem ótima textura, o
que dá boa durabilidade a floração, que se mantem por cerca de um mês.
É uma das Cattleyas mais apreciadas e cultivadas no Brasil. Além
de ser nativa do Sul do País, apresenta uma grande variedade de formas e cores,
sendo há décadas alvo contínuo de melhoramentos genéticos, onde os exemplares atingiram
uma grande perfeição.
É uma planta que tem grandes predicados para hibridação,
apresentando nas variedades flamea e aquini um atrativo muito especial, que é o
fato das pétalas possuírem em suas extremidades um intenso colorido, atributo
esse que é passado aos seus descendentes.
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Cattleya intermedia alba
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Caso do resultado do cruzamento da Cattleya intermedia com a Cattleya pão de açucar:
A Cattleya Di pozzi tiziano que estão nas fotos ao lado.
Ao longo desses
milhares de cruzamentos, suas flores se tornaram maiores, com melhor textura,
mais redondas e de cores bem vibrantes. Ainda sobre a qualidade das flores
ganha destaque a precocidade, já que alguns seedlings emitem flores em três a
quatro anos. Isso, aliado ao fácil cultivo, faz com que tenha grande aceitação
em diferentes países, em especial no Japão, para onde é muito exportada.
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Cattleya intermedia albescens punctata
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A Cattleya intermedia quando bem adubada emite de dois a
três pseudobulbos por ano, formando touceiras e para garantir seu pleno desenvolvimento
e florir, é preciso dar atenção à rega, fornecendo água sempre que o substrato
secar, e à luminosidade, mantendo sombreamento máximo de 70%. Também é
necessário assegurar umidade ambiente acima de 60%. Assim como todas as
Cattleya bifoliadas, a Cattleya intermedia aprecia raízes bem arejadas, substrato
poroso e boa adubação. A espécie não suporta substrato velho e substrato que apresentou
mais eficiência, foi a mistura de casca de pinus tratada, carvão e brita. Uma
dica importante para quem cultiva orquídea é desenvolver a observação, pois
cada caso é diferente, não existindo uma receita exata para o sucesso.
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