HOFFMANNSEGGELLAS- DAS PEDRAS TAMBEM NASCEM FLORES!
Hoffmannseggella bradei |
Mais difícil ainda seria imaginar logo de cara que as orquídeas são plantas das mais rusticas e resistentes que existem!
Pois bem para quem cultiva há mais tempo sabe que as orquídeas são compaveis aos cactos pela maneira como fazem a sua fotossíntese onde produzem seu próprio alimento e por esse motivo conseguem vegetar quase no planeta todo, mesmo em áreas desérticas com períodos de seca, apenas como exceção o frio intenso do Ártico que inibe o crescimento vegetal.
Um grande exemplo dessa complexa resistência ao calor e a insolação direta são as plantas que ilustram esse texto, uma orquídea brasileira, mas com nome de estrangeira: hoffmannseggella, que é uma subdivisão do gênero Laelia, e que atualmente foi anexado ao gênero Cattleya.
Hoffmannseggella guylanii flamea |
Entre todos os estados brasileiros, Minas Gerais se destaca como o mais extenso conjunto de terras elevadas do país e por esse motivo é o estado que concentra a maioria das espécies rupícolas de hoffmannseggella no Brasil.
As espécies rupícolas habitam a parte mais alta das montanhas, em altitudes variáveis, acima dos 800 metros acima do nível do mar, e não só elas mas também centenas e centenas de outras espécies de orquídeas habitam toda essa região que divide o litoral do interior e por esse motivo acaba recebendo uma excelente umidade ambiente trazida pelos ventos que também vem do mar para o continente.
Hoffmannseggella mixta |
A separação dessas espécies de Laelia para a formação do novo Gênero hoffmannseggella teve como objetivo principal agrupar todas as espécies rupícolas facilitando a identificação do ponto de vista botânico. No meio orquidófilo elas são mais conhecidas mesmo como Laelias rupícolas ou Laelias Mineiras. Inclusive foi assim que as conheci! (Laelia se lê: Lélia).
Hoffmannseggella crispata |
Na parte vegetal as hoffmannseggella também possuem características especiais para facilitar a sua vida sobre as pedras. São plantas de pequeno porte possuindo rizoma curto e pseudobulbos cônicos, cilíndricos, normalmente com uma folha só de formato lanceolado com textura coriácea.
Sophronitis cernua x Hoffmannseggella crispata |
O crescimento delas é simpodial, mas bastante aglomerado o que dá o aspecto de touceira ou "tapete".
Possui uma variação morfológica grande em função do habitat, podendo alterar muito o tamanho e a altura dos pseudobulbos conforme o local onde está fixada. Com a alta exposição ao sol, a formação de carotenoides para a proteção da clorofila aumenta gradativamente e tanto os bulbos como as folhas tendem a ficar amarelados e ou avermelhados, o que para mim é uma beleza a parte!
Hoffmansseggella itambana |
Também é possível encontrar exemplares vegetando sobre as rochas ao invés das fendas, e mesmo sob alta temperatura, conseguem se proteger sem danificar suas raízes com o calor, pois costumam formar pequenas touceiras protegendo suas raízes.
Hoffmansseggella milerii |
Com hastes florais longas, em cachos podendo chegar até 50cm de altura em relação a altura da planta com as flores se abrindo sucessivamente sustentando de uma até mais de oito flores.
O tamanho das flores também é variável, ficando entre 2 e 7cm de diâmetro de formato estrelado. As pétalas e sépalas tem o mesmo tamanho e formato com cores vibrantes como amarelo, vermelho, laranja, lilás e branco causando um enorme contraste no habitat na época de floração. O labelo da flor costuma ser franjeado e da mesma cor das pétalas e sépalas, mas podendo também mesclar tonalidades de cores, linhas e pinceladas com cores diferentes que chamam muito a atenção e indicam o caminho aos polinizadores.
Potinara Hoku Gem- Planta hibrida, neta da hoffmannseggella milerii! |
Alem das espécies existem também os híbridos formados em cruzamentos com essas pequeninas, pois as hoffmanseggellas possuem qualidades interessantes que podem ser passados nos cruzamentos.
Hofmannseggella guylanii var. flamea |
Com todo esses atrativos cada vez mais vemos coleções dessas jóias da natureza, pois em locais pequenos conseguimos cultivar vários exemplares sem se preocupar com o calor e a luz excessiva que prejudicariam outras espécies de orquídea.
Para mim o que mais chamou a atenção nelas desde o inicio foi o fato de terem esse porte de "miniorquidea" com flores de cores vivas e com a forma estrelada! Pude conhecer essas beldades em uma exposição de orquídeas em Vinhedo-SP, no estande de um dos orquidários que estavam comercializando plantas, e ai perguntando sobre o cultivo fui informado que era bem simples, apenas necessitando sol praticamente pleno, adubação orgânica e regas praticamente diárias também, e ao final do dia. Eu moro no oeste do estado de São Paulo, quase divisa com o sul do estado de Minas, com altitude de 600 metros acima do nível do mar, e aqui o clima é propicio ao cultivo delas, onde temos até 40 graus de calor no verão e um bom frio no inverno. Essas características de clima exigem um cultivo buscando um equilíbrio desses fatores para que se tenha qualidade no cultivo. No meu caso aqui especificamente consigo isso com uma adubação que ajuda a planta a vegetar com qualidade nessas condições adversas e com regas constantes incluindo todo o ambiente a volta das orquídeas que é repleto de outras plantas para equilibrar a umidade e a temperatura/ventilação.
Agora o passo a passo que faço na hora do plantio das hoffmansseggellas:
-Estas duas plantas nas fotos ao lado que vou replantar em um vaso maior de boca mais larga.
-Eu uso um substrato misto de pedrisco comprado em gardens, carvão vegetal novo e picado e casca de pinus picada também.
- E ainda acrescento dez por cento de humus de minhoca na mistura.
-Vaso plastico boca larga.
-Nas fotos ao lado, as duas plantas que estou replantando.
Preparando o substrato:
-Apesar de ser indicado para as hoffmansseggellas, tambem pode servir para qualquer espécie de orquidea epifita tambem, só que sem acrescentar o humus de minhoca que uso exclusivamente em espécies rupicolas!
-Usando o substrato dessa forma consigo fazer regas constantes sem prejudicar a aeração das raizes!
Pedrisco 50%
Casca de pinus + carvão vegetal- 40%
Humus de minhoca- 10%
Misturando bem cada item em um recipiente limpo!
-Depois de bem misturado pegue o vaso e faça uma camada só de pedra no fundo para ficar de dreno.
-Coloque um pouco da mistura do substrato.
-Retire a planta do vaso sem mexer em suas raizes, pois não ha nenhuma necessidade de limpa-las ou lava-las antes de replantar. Fazer isso pode prejudicar a planta.
-Acomode a planta o mais centralizado, pois ela costuma ter muitas frentes e crescer em varias direções, sempre se guiando pelo sol.
Em seguida ao replante eu faço um "mergulho" com a planta usando um adubo completo, com tudo que a planta precisa de minerais alem de outras substancias muito benéficas e que facilitam demais o meu cultivo.
Quem quiser experimentar entre no site: www.agrooceanica.com.br
Se voce já usa algum outro adubo tambem pode e deve usar os adubos da agrooceanica pois eles alem de nutrir melhoram a capacidade da planta em se alimentar no ambiente aproveitando muito mais outra adubação intercalada com eles.
Alem de assentar o substrato travando a planta definitivamente, o mergulho nessa agua diluida com adubo acelera a "pega" da planta no novo vaso alem de enriquecer o substrato com minerais essenciais as orquideas!! Experimente e depois me diga o que acha!
Bora formar uma coleção como eu?? um grande abraço a todos!!!!
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